25 de setembro de 2020 Mercado Imobiliário

Lançamento Talent | Rimon Guimarães

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Para o lançamento do Talent, reunimos um time com os maiores talentos de Curitiba. Confira abaixo o depoimento do artista Rimon Guimarães!

Artista Rimon Guimarães

Como você descobriu seu talento?

Eu descobri esse talento em mim quando as pessoas começaram a descobrir também. Elas me viam pintando e desenhando e me tratavam diferente por isso, como alguém que fazia algo especial. A partir daí, eu fui percebendo que ser artista trazia benefícios sociais, pois as pessoas vinham conversar, chegavam junto para trocar uma ideia e elogiar minha arte, o que fazia em me sentir diferente, alguém que tem uma identidade. Antes, eu era só uma criança brincando e que tinha um nome diferente, mas aquela criança com nome diferente fazia uns desenhos e as outras gostavam disso, me identificavam e me colocaram na roda social. Então, foi uma forma de socializar com as outras crianças que eram da minha sala na escola, porque eu era meio tímido e o desenho abriu as portas para eu socializar com outras pessoas. Acho que foi aí que eu descobri o meu talento. Eu fiquei “nossa, eu sei fazer uma coisa que as pessoas não sabem e elas amam”.

O que te inspira e te motiva?

O que me inspira bastante são as próprias pessoas, o mundo, a natureza – acima de tudo.  Amo viajar, conhecer novas culturas e novas formas de vida, ver a base cultural das pessoas e os museus. Eu também me inspiro muito da própria arte, como música e cinema. Eu adoro escutar música instrumental enquanto eu pinto, porque me dá um gás para eu criar minhas narrativas dentro da pintura.

Acredito que tudo pode ser uma inspiração, até mesmo momentos ruins que a gente passa. Eu não tenho algo como: “estou triste, não vou produzir” ou “eu estou feliz, eu vou produzir”, pois em ambas as situações eu consigo. E o que me motiva é ver minha arte se espalhando pelo mundo e mudando vidas.

O que é talento, transpiração ou respiração?

Acho que talento é descobrir o que você realmente gosta e colocar toda a sua força naquilo. Às vezes, você tem que ir contra a sua família, contra o mundo inteiro e tudo diz que você não deveria fazer aquilo, mas se você ama e acredita de verdade, deve colocar toda a sua força lá. Eu acho que ele [talento] não vem do nada, não é um dom que você nasceu com aquilo, mas sim uma força que você descobre cedo e decide onde focá-la.

Tem gente que foca no dinheiro, tem gente que foca em várias coisas. Eu foco nas cores, nas artes – tanto visuais quanto nas músicas e cinema. Isso pra mim traz mais vida e mais coisas boas. Então, eu acho que talento é muito de amor. Você amar tanto o que faz que doa todo o tempo da sua vida. É muito trabalho, muita transpiração, a vida inteira focada nisso.

Como o seu talento faz a diferença?

A arte tem um poder tão forte que vai além do artista. Por exemplo, eu fiz um mural lá na Síria, em Damasco, durante a guerra. Eu estava lá, com bombas explodindo, e trabalhando com refugiados, ensinando-os a pintar murais e pintando o mural de 260 m² junto com eles. Essa força que a arte tem, nós nem sabemos o quão poderosa ela pode ser de mudar a vida dessas pessoas que estão em situação de guerra, das crianças que não têm uma esperança de futuro e que não têm nada pela frente. Eu coloquei a arte lá e fiz essa ação e, isso pode, mais para a frente, mudar muito a vida dessas pessoas.

Eu faço a diferença porque eu faço pintura pública, faço para todos, sem distinção de raça ou classe. A pintura na rua, você está virando uma esquina e se depara com ela. Às vezes, você está com um pensamento ruim, um pensamento só no trabalho, em problemas, na epidemia e aí você vê uma pintura num mural na rua e aquilo pode mudar seu dia, nem que seja dois minutos dele e isso já é um poder grande, que tira tua mente desses problemas e coloca em um portal mágico de cores, sensações e sentimentos. Eu acho que minha arte deve fazer muita diferença na vida das pessoas e eu nem vejo isso e eu fico feliz por fazer. Sou um meio para as pessoas despertarem dos problemas cotidianos.

Isso sem contar os trabalhos sociais que eu fiz em Gâmbia, na África, onde pintei casas de pessoas de vilas longínquas. Eles não tinham nem tinta para pintar a própria casa, aí a gente chegou com esse projeto, pintou a casa deles, deu atenção a estas pessoas, conversou com eles e criou uma conexão real. Isso tem um poder muito forte. Não se vê na hora mas, a longo prazo, pode mudar realmente uma vida. Pode ter uma criança que viu você pintando, se inspirar e falar “eu quero ser pintor também e viajar o mundo, igual esse cara”. Quando a gente coloca a arte, não sabe o poder que ela vai ter para a frente. Os artistas morrem, mas a arte continua. É um poder infinito.

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